terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Poema do Ódio

Vai
Morre longe de mim, eu te peço...
Priva meus olhos de te verem agonizar
Parte sem dor,não force a tua estadia
Solte os laços, rompe as amarras
Desfaça-se dos nós
Deixa-me entregue ao que eu sou
Devolve a minha vida
Conquiste a tua liberdade
Pra que eu possa conseguir a minha
Se não quiser, não morra,
Mas desapareça de mim
Dissolva-te como cartas de amor, amareladas e antigas
Onde as letras desbotaram-se, perdendo a cor
E as linhas tomaram espaço nos brancos vazios
Finca-te no caminho e me deixa seguir
Pois já não cabemos juntos no mesmo lugar
Tudo me desestabiliza perto de você
Então morre longe de mim
Torne real a distância que já existe
Me leve com você
Apenas como um personagem instável
De uma peça de teatro que já saiu de cartaz
A coragem é grande, por isso parte daqui
Transforma-te num gigante
Só assim você conseguirá fazer com que eu te veja
Quanto te olhar
Não me chame, esqueça meu nome, porque não quero
Nem mesmo a intenção dele em seus lábios
Nunca mais
Não sou louca, nem desumana
Sou o que você fez de mim
Meus espírito cresceu com meu rancor e
Sinto que sou cada vez maior, para o espaço que você me deu
Me descobri imensa, implodida de ódio
Não sei quanto tempo caberei dentro de mim
Se você não morrer 
Com certeza serei eu quem morre
Mas prometo pra mim mesma
Que será longe de você
Não te darei o prazer de sorrir, chorando em mim
Teu olhar pesado não irá conseguir esmagar meus restos
Meu coração dói
Não queria escrever assim
Mas você me inspira
Ouço longe tua voz gritando
Enquanto o barulho da chuva interfere na canção que me faz nostálgica
A busca do discernimento que não encontro
Me deixa assim...
Com pena de nós dois. 

( Desconhecido)

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